Mãos ao alto... Você está de férias: Parte Dois. (última)

Existe uma coisa que nós paulistanos, devemos deixar em casa antes de ir para qualquer lugar fora de São Paulo. A mania de achar que tudo que não é São Paulo, é interior. Não é interior, é apenas outro estado! Se seguíssemos esse raciocínio, o próprio ABC seria interior. Passei por algumas saias justas por conta desta mania. Enfim... Foi apenas uma notinha infame.
Durante a noite, estava louco pra sair de casa. Não agüentava aquele marasmo! Perguntei pra minha tia o que os jovens faziam lá durante a noite. Ela disse:
- Eles vão à lanchonete da esquina.
- O quê?
- Na lanchonete ali!
- Ahhh... Mas lá é legal.
- Eu não costumo ir lá. Os jovens vão lá.
Já me animei com a idéia de ver pessoas com menos de cinqüenta anos naquela cidade. Tomei banho (frio), passei perfume (uso em ocasiões especiais) e compus meu look de turista.

Compostos do look de turista:
- Um óculos (óculos escuros, não podem faltar, e de quebra aqueles bem grandes!).
- Bermuda (quadriculada, afinal queria me socializar com a caipirada).
- All Star azul (All Star porque é confortável. Azul porque é o único que eu tenho).

Demorei um bom tempo para me trocar. E fomos felizes e cantantes para a lanchonete. Chegando lá, era uma rua fechada, com vários carros parados com o som ligado. Até que legal. Assim que chegamos, todo mundo olhou pra nossa cara de turista. Era até bizarro, todas as roupas dos nativos eram iguais! A mesma marca de camiseta! O mesmo tênis! E a mesma música tocando a noite toda (Borboletaaaaaaaaaaas!).
O pessoal era bem mais velho. Um monte de gente encalhada, enchendo o bucho de cerveja. Nem vira.
Fomos embora. Nada de bom, além do x-salada.

- No outro dia –

Amanhecemos com um dia de luz, festa de sol! E fomos para... O rio!
Não meus queridos, não é o rio de janeiro. É um brejinho que tinha lá, e que vira point nas férias. Pegamos o carro e fomos, sem nem saber onde ficava. Decidimos perguntar:
- Senhora, onde fica ‘Rosana’? – Para os desavisados, Rosana é o nome da cidade.
- Você segue reto e vira a direita e depois vai toda a vida.
- Mas fica longe daqui de Primavera?
- Não! Eu já te expliquei o que é pra fazer! – disse grossamente.
Ela teve motivo. Não estávamos em Primavera, estávamos em Pirapozinho.

Notação de cidades esquisitas que vi no caminho:
- Pirapozinho
- Vale do Diabo
- Rio das ostras
- Tráfego de javalis (não é cidade, mas é bizarro... e o mais importante; vi no caminho)

Fizemos o que ela disse, e mais uma vez nos perdemos. Resolvi perguntar de novo:
- Senhor, como chego até Rosana?
- Você segue reto e vira a direita e depois vai toda a vida. É simples!
- Mas já me disseram isso, e não consegui!
- Te disseram errado. Você segue reto e vira a direita e depois vai toda a vida.
- Não, não! Me disseram exatamente isso!
- Impossível. Você segue reto e vira a direita e depois vai toda a vida.
- Ah entendi, brigado.
Não tinha entendido nada. E pior, ele nos viu fazendo o caminho errado:
- Eiiii! Não é por aí... Você segue reto e vira a direita e depois vai toda a vida! – gritou o velhinho, mas nós seguimos e deixamos ele pra lá, gritando na rua.
Ao fim de tudo. Voltamos pra casa sem ir ao rio.

Beijos terminados por aqui mesmo.

:*

- Eu sei quando uma postagem não agrada. Minhas férias foram um porre. Vou privá-los de relatar tudo.